Histórico da Rede

A rede GNU/Linux do IME começou através de uma iniciativa pioneira dentro da universidade, protagonizada, na época, por dois alunos de graduação em Ciência da Computação: Félix F. B. de Almeida e Adriano N. Rodrigues.

Desde 1994, Adriano, então aluno do 2º ano, já possuía acesso às estações de trabalho da rede principal do IME/USP pelo fato de participar de projetos de iniciação científica dentro do Instituto (o acesso à rede principal do Instituto é limitado aos docentes e alunos de pós-graduação ou de iniciação científica). Com isso, ele e o seu amigo e colega de classe, Félix, tomaram contato com um sistema operacional UNIX e com as facilidades da Internet, que naquela época eram totalmente desconhecidos do público em geral.

Contagiado por essas facilidades e pelo novo paradigma desvendado pelo ambiente UNIX, Adriano procurava transmitir para Félix os conhecimentos que estava adquirindo como usuário da rede do IME/USP. Não demorou muito para que ambos ficassem sabendo da existência do recém criado Linux. Foi então que Félix, percebendo que com o Linux também poderia usufruir de um ambiente UNIX no seu microcomputador caseiro, decidiu importar um CD e um livro sobre o assunto. Com isso, tanto Félix quanto Adriano começaram a estudar esse sistema operacional incipiente, contando com a ajuda de alguns professores do instituto que já haviam tido alguma experiência com o Linux.

No início de 1995, depois de alguma insistência por parte dos dois alunos, o Departamento de Ciência da Computação cedeu-lhes uma sala pequena e quatro microcomputadores num dos cantos do Instituto para que pudessem se aprofundar no assunto.

Em face das dificuldades encontradas durante o processo de montagem de uma rede Linux, usando esses quatro microcomputadores e com a crescente divulgação que o Linux vinha recebendo devido ao aumento da popularidade da Internet é que Félix, em meados de 1995, teve a idéia de criar um núcleo de apoio e troca de informações para todos aqueles que estivessem na mesma situação que eles, ou seja, aprendendo a instalar e configurar microcomputadores com Linux. Essa idéia foi muito bem recebida pelo departamento, que, para facilitar a divulgação dessa atividade, resolveu permitir o acesso de Félix à rede principal do IME/USP. Esse núcleo de apoio aos usuários de Linux foi batizado de Grupo de Usuários Linux, ou simplesmente GUL.

Depois de um período de experiência, e já contando com o acesso à Internet (gentilmente cedido pelo Instituto), Félix e Adriano resolveram liberá-la para ser usada pelos alunos do Bacharelado em Ciência da Computação em março de 1997, julgando ser de relevante importância para a formação desses alunos o acesso a um email próprio e à world wide web bem como o contato com um sistema operacional UNIX.

Não demorou muito para que esse projeto ganhasse destaque dentro do Instituto e, com isso, mais salas e microcomputadores foram sendo incorporados à rede Linux, bem como mais alunos foram tomando conhecimento e participando dele. As disciplinas do curso de computação também começaram a usar os recursos oferecidos pela rede Linux durante os períodos letivos, o que aumentou ainda mais a adesão ao projeto. Desta maneira, acabaram surgindo dois projetos separados porém relacionados: a Rede GNU/Linux e o Grupo de Usuários Linux.

O GUL também mostrou seu valor quando, no final de 1997, recebeu o prêmio Os Vencedores da revista Info em nome de toda a comunidade Linux do Brasil. Esse prêmio foi entregue numa cerimônia de gala realizada no hotel Renaissance em São Paulo, onde estavam presentes representantes de todas as grandes empresas de informática do país bem como expoentes do mundo jornalístico.

Dado o sucesso do projeto da rede Linux, a universidade decidiu dar apoio a ele através do Programa Pró-Aluno. Com isso, em março de 1999, foi inaugurada a sala Pró-Aluno do IME/USP abrindo a possibilidade de que todos os alunos de graduação do Instituto pudessem utilizá-la, não ficando mais restrita somente aos alunos de Computação. Desse modo, a rede Linux se estabeleceu como plataforma para a graduação dentro do Instituto e o GUL como veículo para intercâmbio de informações entre usuários Linux de todo o país.

Outras unidades dentro da USP e também outras universidades do país estão seguindo o mesmo caminho e estudando a viabilidade de se implantar um projeto como o nosso em seus campi.

Atualmente, a rede Linux é administrada por excelentes alunos da computação que também fazem parte do GUL. Conforme os administradores da rede Linux vão chegando perto da conclusão do curso eles selecionam e treinam uma nova geração de administradores que os substituirão assim que se tornarem bacharéis e deixarem a graduação.



Livio Baldini Soares 2001-02-05